MUNDO · 14/05/2025
Lula nega gafe de Janja em jantar com Xi Jinping e critica vazamento de conversa sobre TikTok
Durante coletiva em Pequim, presidente exalta conhecimento digital da primeira-dama e aponta possível traição na comitiva oficial: "Ela entende mais de digital do que eu".
Foto Divulgação
Por Redação
Em declaração à imprensa nesta terça-feira (14), durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afastou qualquer especulação sobre uma suposta gafe cometida pela primeira-dama, Janja da Silva, durante jantar com o presidente chinês Xi Jinping. O episódio ganhou notoriedade após o vazamento de trechos de uma conversa reservada envolvendo o casal presidencial brasileiro e o chefe de Estado chinês, centrada no tema da regulação digital e no papel da plataforma TikTok.
Segundo Lula, o diálogo com Xi ocorreu em tom respeitoso e teve como objetivo aprofundar a cooperação entre Brasil e China no campo tecnológico. “Eu fiz uma pergunta ao companheiro Xi Jinping se era possível enviar ao Brasil uma pessoa de sua confiança para discutir a questão digital e, sobretudo, o TikTok”, afirmou. A referência ao aplicativo — que tem gerado debates globais sobre privacidade, segurança e influência política — sinaliza uma preocupação estratégica do governo brasileiro.
O presidente também refutou de forma categórica as críticas dirigidas a Janja e fez questão de ressaltar sua aptidão no tema. “Ela entende mais de digital do que eu”, declarou, com leveza, mas também com firmeza, ao defender a participação da esposa nas tratativas. Para Lula, o vazamento do conteúdo da conversa revela um possível problema interno. “Não foi ela quem vazou. Isso é coisa de alguém da comitiva que quis plantar discórdia”, acusou.
Nas redes sociais, o caso provocou reações imediatas. Embora sem provas, algumas postagens insinuaram que a primeira-dama poderia ter sido a responsável pela divulgação do conteúdo, hipótese que o próprio presidente tratou como infundada e ofensiva.
A agenda de Lula na China é marcada por acordos bilaterais em áreas estratégicas, como energia, infraestrutura e inovação tecnológica. A menção ao TikTok, ainda que em um contexto informal, reforça o interesse do Brasil em dialogar com grandes potências sobre a governança das plataformas digitais — um dos desafios centrais da diplomacia contemporânea.
