O plenário da Câmara viveu um momento de ruptura nesta terça-feira, quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) deixou sua bancada e ocupou a cadeira destinada ao presidente da Casa. O gesto, carregado de simbolismo, foi uma reação direta à proximidade da votação que pode cassar seu mandato — processo que ele afirma ser conduzido com critérios desiguais. A cena, inesperada e de forte impacto político, rapidamente alterou o curso da sessão.
Braga é alvo de um processo disciplinar aberto após um conflito com um militante no ano anterior, caso que evoluiu para investigação por quebra de decoro. Ao assumir o assento da presidência, o deputado declarou que resistiria “até o limite”, denunciando o que considera um tratamento mais severo comparado ao dado a outros parlamentares. O ato expôs a crescente desconfiança entre blocos políticos dentro da Câmara.
A reação da Mesa Diretora foi imediata. A segurança legislativa foi acionada, o plenário começou a ser esvaziado e a imprensa foi retirada do local — medidas que geraram críticas por reduzirem a transparência de um episódio de evidente interesse público. Mesmo diante da ordem de desocupação, Braga permaneceu firme até ser retirado fisicamente por agentes da Polícia Legislativa, o que levou à suspensão temporária dos trabalhos.
O episódio intensificou o debate sobre o processo de cassação e ampliou o desgaste entre grupos da Casa. Enquanto aliados do parlamentar enxergam perseguição política e fragilidade nos critérios disciplinares, opositores afirmam que sua atitude afronta o funcionamento institucional e as regras regimentais. A votação que definirá o futuro de seu mandato segue marcada, agora sob um clima ainda mais carregado de tensão e desconfiança.




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