Goiânia, 25/06/25
Tribuna Livre Goiás
SAÚDE · 02/10/2019

Outubro Rosa Pet alerta para a prevenção contra o câncer de mama em animais

A doença afeta tanto humanos como animais. É o tipo de tumor mais comum em fêmeas caninas. Em gatas é o terceiro mais diagnosticado. Machos, de um modo geral, raramente apresentam o problema


Reprodução/Big Hands Little Paws

Por Thyélen Lorruama

No mês de outubro é comemorado o Outubro Rosa, onde a especialidade de ginecologia/obstetrícia lembra sobre a importância da prevenção do câncer de mama e colo de útero em mulheres. Na medicina veterinária, temos a versão Outubro Rosa Pet, já que tanto cadelas e gatas podem ser acometidas por câncer de mama. O Sistema CFMV/CRMVs alerta que a melhor forma de prevenção de câncer de mama em pets é a castração.

O mês de outubro é marcado pela conscientização e compartilhamento de informações de acessos aos serviços de saúde e diagnóstico do câncer de mama e do colo do útero. A campanha Outubro Rosa Pet faz referência a cor do laço rosa que simboliza a luta mundial contra o câncer de mama em humanos e estimula a participação da população, empresas e entidades.

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, formando um tumor. A doença afeta tanto humanos como animais. É o tipo de tumor mais comum em fêmeas caninas. Em gatas é o terceiro mais diagnosticado. Machos, de um modo geral, raramente apresentam o problema (cerca de 1% dos casos).

De acordo com o estudo Tumores mamários caninos - Novas perspectivas, conduzido pelos pesquisadores e médicos-veterinário Felisbina Queiroga e Carlos Lopes, em cadelas, os tumores mamários correspondem a 52% de todos os tumores, é o mais comum entre elas. Em felinos é o terceiro tipo mais comum, sendo que mais de 80% é maligno.

Em geral, animais mais velhos (com cerca de 10 anos de idade) e animais que foram castrados após numerosos cios possuem as maiores incidências.

O médico-veterinário de Goiás Wanderson Alves Ferreira, tesoureiro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e também da Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa) alerta que "castrar é a melhor maneira de se prevenir vários males. E isso deve ser feito antes do primeiro cio, por volta dos cinco ou seis meses de idade, procedimento que reduz as chances de se desenvolver um tumor de mama para quase zero, pois esse tumor pode ser hormônio-dependente, então, ao castrar o animal, as chances de desenvolvimento do tumor de mama diminui muito", destacou Wanderson.

A cartilha Campanha Nacional de Prevenção Contra o Câncer de Mama em Animais de Companhia, vai na mesma direção. "Uma cadela castrada antes do primeiro cio tem menos de 1% de risco de desenvolver tumores de mama, já em gatas reduz em 91% as chances. É importante apontar que a utilização de anticoncepcionais é contraindicada, pois aumentam o risco de desenvolvimento de lesões mamárias", diz no texto da publicação.

Mas a castração também é preventiva de outros males. "Em cadelas idosas é muito comum a infecção uterina, chamada piometra, então evita, ainda, esses problemas futuros", explica Ferreira.

Ele explica que o surgimento do câncer mamário está relacionado, além dos fatores genéticos, a produção dos hormônios estrogênio e progesterona, por isso, em cadelas. "O risco está associado a quantidade de ciclos estrais (reprodutivo), aumentando as chances a cada ciclo. Em gatas o risco aumenta em até sete vezes, se comparadas com fêmeas castradas na puberdade", esclarece.

Médicos-veterinários aconselham que o dono, de tempos em tempos, posicione o animal de barriga para cima e apalpe as mamas para verificar a presença de nódulos ou qualquer alteração no volume na região, além de estar atento ao aparecimento de lesões. Em caso de identificação de anormalidades, é imprescindível um exame aprofundado pelo médico veterinário.

O tratamento é cirúrgico, por meio de extração das mamas. A quimioterapia pré ou pós-cirúrgica e o uso de alguns medicamentos anti-inflamatórios também são modalidades terapêuticas utilizadas.

Junto à castração, a melhor medida profilática são visitas regulares ao médico-veterinário. Qualquer alteração na mama da cadela é motivo de suspeita. Então, se o dono não tem o hábito ou conhecimento do exame de toque, é importante levar o animal até a clínica veterinária pelo menos uma vez por ano ou a cada seis meses, quando o animal tem fatores de riscos como histórico familiar e castração tardia.

 *Via Assessoria de Comunicação do CFMV, com adaptações do CRMV-GO


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